O CORPO

 

   O que fazem as partes do corpo mais afastadas e não envolvidas directamente na zona de contacto? 

   - Como funcionam?

   - Como utilizá-las?  
   - Como se relacionam? -
   São importantes para:
   - um melhor funcionamento das cadeias do movimento?
   - o equilíbrio do sistema em movimento?
   - a fluidez e qualidade de movimento?
   - a eficácia no cumprimento das regras do jogo? 
   Estas são algumas das respostas que queremos ver respondidas de uma forma simples e compreensível, quando aplicamos esta metodologia.
   1 - Porque o movimento é global, qualquer parte do corpo deve ser solicitada quando existe movimento e todas essas partes devem-se inter-relacionar e complementar. Mesmo a parte mais afastada do contacto vai ter a sua quota de responsabilidade na qualidade e fluidez do movimento. 
   2 - Os princípios do movimento são uma ferramenta muito forte nesta metodologia e promovem o movimento global e orgânico, originando a interacção das diferentes partes do corpo.
   3 - A consciência da importância das transições no movimento, ajuda sobremaneira a potenciar as ligações entre as diferentes partes do corpo no sentido da fluidez.
   4 - Conhecer a forma especifica como as articulações e músculos do nosso corpo funcionam, é fundamental.
   5 - È igualmente essencial conhecer qual a mobilidade e funcionalidade das articulações e como se relacionam entre elas no movimento.
   6 - Também é importante conhecer os diferentes planos de mobilidade e rotações possíveis, de cada articulação e como se relacionam entre elas.
   7 - Como reagem ás alterações constante das situações provocadas pelo jogo.
   8 - Saber qual a mobilidade e funcionalidade do tornozelo, joelho, zona pélvica, coluna vertebral, zona escapular, cotovelo, pulso e pescoço, é igualmente importante.  
   9 - A imagem e a experimentação da funcionalidade e mobilidade de cada articulação e as correlações entre elas, são uma ajuda essencial para a compreensão do movimento global. 

   Conclusão:

   O nosso corpo, nomeadamente o nosso sistema músculo-articular, tem uma capacidade inimaginável de adaptação a situações adversas. A sua capacidade elástica e de mobilidade, permitem respostas ás inúmeras situações decorrentes do jogo.
   Preparar e educar o corpo com o intuito de arranjar estratégias em situações de desconforto, é uma prioridade nesta nova abordagem.
   Eis alguns pormenores e estratégias que nos ajudam a compreender o atrás citado.

   1 - ESTRUTURA ARTICULAR DO CORPO HUMANO

   O corpo humano está estruturado de forma a que se alternam zonas articulares móveis, com zonas articulares estáveis.
   Isto é, há zonas articulares em que a sua anatomia está vocacionada para uma grande mobilidade e outras para maior estabilidade.
   A nossa postura está directamente relacionada com estas zonas articulares.
   A qualidade de movimento está naturalmente relacionada com a funcionalidade e eficácia destas zonas articulares e também com a forma como elas se interligam e se coordenam.  
   As zonas articulares móveis são:
   1 - Tornozelos
   2 - Bacia
   3 - Zona dorsal - Coluna vertebral
   4 - Articulação dos ombros
   5 - Pescoço

   As zonas articulares estáveis são:
   1 - Joelhos
   2 - Zona lombar  - Coluna vertebral
   3 - Omoplatas

   A fotografia, do lado esquerdo identifica as zonas articulares móveis e a do lado direito, as zonas articulares estáveis. 

 

   Por exemplo, quando se executa o movimento técnico de direita, ou o trabalho de pés, se dissermos ao nosso aluno para estabilizar as omoplatas, automáticamente ele estabiliza a posição da cabeça (postura), encontra um melhor alinhamento e, como consequência, a qualidade de movimento e eficácia do movimento técnico aumenta. 

   A coordenação, a força e a velocidade, são potenciadas quando há equilibrio entre estas zonas articulares.
   A título de exemplo repare-se na posição das omoplatas de Roger Federer, que estão completamente a direito e o espaço entre elas é muito próximo. 

   2 - BACIA

   Mostrar uma fotografia de uma articulação com a sua estrutura óssea, bem como todas as opções de mobilidade, ajuda a visualizar as possibilidades de movimento, com o objectivo de se conseguir uma melhor qualidade de movimento e em simultâneo descobrir estratégias de resposta.  

  

   Isto será válido para outra qualquer articulação.

   3 - ROTAÇÂO INTERNA 

   A rotação interna do ombro/braço contrário ao do contacto, é importante na qualidade e fluidez do movimento.
   Esta espiral na força oposta, ajuda no controle, estabilidade e velocidade de execução.

 

   4 - CENTRO DO CORPO    

È importante referir que um dos princípios base desta metodologia é: "O movimento começa na zona pélvica e coluna, não nas extremidades", para que possamos entender a forma mais correcta destas relações ocorrerem, assim como a consequente qualidade e fluidez das cadeias do movimento.  
Quando iniciamos o movimento com a bacia e coluna vertebral, todas as outras partes do corpo são arrastadas, proporcionando e potenciando a mobilidade natural de todas as articulações.  
Os braços e pernas são como apêndices à estrutura central (tronco).

 

   5 - JOELHO   

Devido há rótula, a articulação do joelho não tem mobilidade para a frente (entre a coxa e a perna), o que implica que quando queremos velocidade e descontracção nas cadeias do movimento em geral, e do trem inferior em particular, deve aproveitar-se a mobilidade para trás, para onde está livre.

                                                

   Podem fazer-se exercícios técnicos específicos, para explorar esta particularidade ao nível do trem inferior. 

   6 - OMBRO   

Na articulação do ombro existe um osso (tipo divisa) que limita a mobilidade superior do braço em relação á clavícula,o que origina a mobilização de toda a zona escapular quando se pretende elevar o braço e raquete para níveis superiores ao ombro.

 
   Este facto é bastante relevante na "esquerda a uma mão", e no "serviço".

                   

   Por outro lado, a capacidade de rotação do ombro é bastante acentuada em em todos os sentidos, o que facilita a utilização das espirais, tão importantes no alongamento, controle, equilíbrio,velocidade de execução, e com imfluência muito significativa na fluidez e qualidade de movimento.

                     

   7 - COLUNA VERTEBRAL   

A mobilidade e funcionalidade da coluna são brutais. As espirais podemser feitas em todos os planos.  
Ao tomarem consciência destas características da coluna, os alunos têm que ser levados a descontrair a massa muscular envolvente (muitas das vezes com demasiada tensão o que é natural devido á característica de músculos estáticos), e poder então tirar partido desta mobilidade para um movimento técnico mais controlado e eficiente.

 

                                                                                    

   8 - PESCOÇO

   A mobilidade do pescoço/cabeça funciona como força equilibradora (força oposta).

 

   Como vemos pela fotografia a mobilidade desta zona é enorme.
   Esta mobilidade pode estar condicionada, devido a tensões exageradas.
   "A posição da cabeça é um dos factores que mais pode condicionar a postura e, consequentemente, as tensões na coluna vertebral repercutem-se pelo resto do corpo", Alexander Technique.
   Pedir para desbloquear a zona dos ombros, pescoço e posicionar a cabeça correctamente, é fundamental para que as cadeias do movimento possam fluir.
   Esta mobilidade do pescoço vai permitir que aquando da rotação do tronco, a cabeça possa funcionar como força oposta, melhorando o equilíbrio e velocidade de execução.

        

   9- PÉ/TORNOZELO

   Os planos de mobilidade e amplitudes do pé são brutais.
   Sendo o pé a extremidade do corpo que faz a ligação com o chão, a sua importância na qualidade de movimento é muito grande.
   Criar muita tensão nesta zona de contacto, é influenciar toda a cadeia do movimento.   Tirar partido da mobilidade do pé é fundamental.
   Podem fazer-se exercícios específicos no sentido da tomada de consciência da mobilidade desta zona.

 

   10 - TREM INFERIOR 

   Como é que a mobilidade da anca se relaciona primeiro com os joelhos e depois com os tornozelos.
   Ao nível do trem inferior e começando o movimento no centro do corpo com a rotação da bacia, a mobilidade desta zona vai relacionar-se primeiro com a mobilidade do joelho e seguidamente com a dos pés (principio da sucessão).

   11 - TREM SUPERIOR   

   Como é que a mobilidade da anca se relaciona com coluna, zona escapular, pescoço, cotovelo e mão.
   Da mesma forma que do trem inferior, também o superior tem uma sequencia lógica, passando pela coluna, ombros, pescoço e braços, tirando partido da mobilidadede todas elas.

   12 - COORDENAÇÂO TREM SUPERIOR E INFERIOR    

Como é que a mobilidade da anca se relaciona com trem inferior e superior.  
Juntando os 2 pontos anteriores temos o movimento global, em que todas as articulações participam na acção, deixando o movimento de estar focado numa zona limitada, com as desvantagens decorrentes da sobrecarga de esforço nessa área.  
Estas forças opostas a partir do centro, poderão dar equilíbrio ao movimento.