Quando comecei a experienciar os conceitos de "Zoom" e "Scan" nas minhas aulas, muita coisa começou a fazer sentido.
A noção de espaço de intervenção, onde todas as acções decorrem, ganhou uma importância redobrada.
A noção e consciência deste espaço de intervenção, veio alterar para melhor, a qualidade das acções que se passam dentro dele, e também a analise e antecipação das acções do oponente.
A qualidade e princípios de movimento, fundamentais no Fluid Tennis, ganharam outra dimensão.
Melhorias observadas:
A – QUALIDADE DE MOVIMENTO
"A qualidade de movimento depende da atitude perante o movimento e perante o corpo no espaço", Jennifer van Papendorf
"Todo o corpo humano se prepara antes de executar cada movimento e o movimento serve para integrar os seus diferentes elementos", C. S. Sherrington
Estas definições fizeram todo o sentido quando experienciei o "Zoom" e "Scan".
Assim como um bailarino dança num palco, também o jogador evolui em toda a sua área de jogo. Ter esta consciência do seu espaço de intervenção, melhora por si só a qualidade de movimento nesse espaço, além da capacidade de reacção e movimentação.
A aplicação dos princípios do movimento tornou-se mais efectiva.
A postura, o relaxamento activo, a coordenação da respiração com movimento, as espirais, objectivos fora do corpo, forças opostas, etc., têm outra dimensão e eficácia.
Os movimentos tornam-se mais fluidos, assim como as transições.
"A essência do movimento está nas transições e não nas posições", Isadora Duncan
B – ANALISE DAS TRAJÈCTORIAS, EFEITOS E VELOCIDADE DA BOLA.
A noção de espaço que medeia entre o oponente e o jogador é fundamental para se ter a capacidade de analisar a trajectória, efeito e velocidade da bola. Para isso é fundamental haver referências.
Até a bola se aproximar realmente do momento de contacto, temos no plano de visão, o contacto visual com a bola ("zoom"), assim como o adversário, a rede e as linhas do campo ("scan").
A visualização secundária de referências que o "Scan" nos dá, ajuda sobremaneira na análise da bola.
C – ESTABILZAÇÂO DA VISÂO EM MOVIMENTO.
Melhorando a qualidade de movimento e a fluidez com que nos movimentamos no espaço (e no campo) há mais probabilidades de manter estável a visão em movimento, facto fundamental quando estamos a falar de "zoom" e "scan", que estão directamente relacionados com a visão.
D – ESPAÇOS ABERTOS.
A visão secundária dá-nos também uma perspectiva de espaços abertos no campo oposto, que se revela importante quando queremos desequilibrar o adversário.
E – CONCENTRAÇÂO.
O facto de sermos capazes de estar focados na bola ("zoom") e espaço envolvente ("scan") leva-nos quase obrigatoriamente a um estado de concentração, onde a "action thinking" é natural.
CONCLUSÂO
A capacidade de estar focado na bola ("zoom"), e ao mesmo tempo a visão do espaço envolvente ("scan"), dá uma consciência de espaço de intervenção, que à luz dos princípios da qualidade de movimento, vai potenciar a aplicação dos mesmos.